Nova vacina brasileira em dose única contra a dengue: o que muda na prática

A dengue deixou de ser um problema pontual de verão há muito tempo. Em 2024, o Brasil bateu recorde histórico de casos e mortes, e 2025 ainda registra mais de mil óbitos pela doença, mesmo com uma redução importante em relação ao ano anterior.
Nesse cenário, a aprovação da vacina Butantan-DV pela Anvisa marca um divisor de águas. É a primeira vacina contra a dengue em dose única, produzida integralmente no Brasil, com indicação inicial para pessoas de 12 a 59 anos e uso previsto pelo SUS a partir de 2026
O que torna essa vacina diferente
Alguns pontos colocam a Butantan-DV em outro patamar em relação ao que o país tinha até agora:
- Dose única: a pessoa toma apenas uma aplicação e encerra o esquema vacinal.
- Produção 100% nacional: desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, com parceria produtiva com a empresa WuXi Vaccines para garantir escala de fabricação.
- Proteção contra os quatro sorotipos da dengue: é uma vacina tetravalente, pensada justamente para o cenário brasileiro, em que todos os sorotipos já circularam.
Na prática, isso significa uma ferramenta mais simples de aplicar em campanhas de massa e menos dependência de vacina importada.
Como a Butantan-DV funciona
A tecnologia usada não é novidade para o Brasil: a vacina é feita com vírus vivo atenuado, o mesmo tipo de plataforma utilizada em outras vacinas já consolidadas no calendário nacional. O vírus é “enfraquecido” em laboratório para ativar o sistema imunológico sem causar a doença.
O esquema é simples:
- Uma única dose;
- Indicação atual: 12 a 59 anos;
- Possibilidade de ampliação da faixa etária no futuro, dependendo de novos estudos apresentados pelo fabricante.
Números de proteção: o que os estudos mostraram
Os dados dos ensaios clínicos de fase 3, com mais de 16 mil voluntários em 14 estados, sustentaram a decisão da Anvisa:
- 74,7% de eficácia global contra dengue sintomática na população de 12 a 59 anos;
- 91,6% de proteção contra dengue grave ou com sinais de alarme;
- 100% de proteção contra hospitalizações por dengue ao longo do acompanhamento do estudo.
Traduzindo: quem se vacina ainda pode ter dengue, mas a chance de desenvolver formas graves e precisar de internação despenca.
Quando a vacina começa a chegar ao posto de saúde
A aprovação não significa que a vacina aparece no dia seguinte em todas as salas de vacinação. Há um caminho até a ponta:
1. Incorporação ao calendário do SUS
O Ministério da Saúde trabalha para incluir a Butantan-DV no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e definir quais grupos serão vacinados primeiro – por faixa etária, região ou risco.
2. Produção e estoque
O Instituto Butantan já tem mais de 1 milhão de doses prontas para o PNI e, em parceria com a WuXi Vaccines, projeta chegar a aproximadamente 30 milhões de doses no segundo semestre de 2026, todas para distribuição gratuita pelo SUS.
3. Organização dos estados e municípios
Cada secretaria de saúde vai planejar como aplicar as doses: quais unidades vão vacinar, como será o agendamento e quais públicos entram primeiro.
Para a população, o recado é direto: assim que o calendário e os grupos forem definidos, as prefeituras vão divulgar local, data e público-alvo.

Como a nova vacina convive com a Qdenga
A Butantan-DV chega para somar, não para substituir imediatamente a estratégia atual. Hoje, o SUS já utiliza a Qdenga, de outra fabricante, em esquema de duas doses para adolescentes em municípios selecionados, com foco nas áreas de maior risco.
Por um tempo, o Brasil deve conviver com:
- Qdenga – vacinação em duas doses, já em andamento em faixas etárias específicas;
- Butantan-DV – vacina em dose única, entrando no PNI a partir de 2026, com expansão progressiva conforme a produção nacional aumenta.
A vacina não substitui o combate ao mosquito
Mesmo com uma vacina forte na mesa, alguns pontos continuam valendo:
- Não deixar água parada em caixas d’água, calhas, baldes, pneus, garrafas e pratos de plantas;
- Manter tampados tonéis, caixas e reservatórios;
- Descartar corretamente entulho e recipientes que possam acumular água;
- Procurar atendimento médico se surgirem sintomas como febre alta, dor no corpo, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele ou sangramentos.
Vacina reduz casos e gravidade. Controle do mosquito reduz circulação do vírus. Um depende do outro.
Por que isso importa para o dia a dia
Menos casos graves significam:
- Menos internações;
- Menos afastamentos do trabalho;
- Menos impacto financeiro para famílias e empresas;
- Menos pressão sobre hospitais e pronto-atendimentos.
Para quem vive em regiões que todo ano entram em “alerta de dengue”, a notícia de uma vacina em dose única, feita no Brasil e oferecida pelo SUS, é um passo concreto para sair do ciclo de epidemias recorrentes.
Aviso: este conteúdo é informativo e não substitui orientações médicas individuais nem documentos oficiais de Anvisa ou Ministério da Saúde.
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Publicado para: Pegatroco
em: 28/11/2025
Perguntas Frequentes
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