Redução de juros do consignado para aposentados: uma medida necessária ou prejudicial?

A polêmica envolvendo a redução de juros nas operações de crédito consignado para aposentados acima de 70 anos ganha destaque, com a Febraban e o Ministério da Previdência Social apresentando argumentos divergentes. Enquanto a Febraban alega arbitrariedade nas decisões do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o Ministério defende a ampla discussão técnica que precede tais medidas.

Febraban: Redução arbitrária e artificial

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) destaca uma redução significativa, chegando a 30%, na quantidade de operações com aposentados com mais de 70 anos. Essa faixa etária é considerada de maior risco pelas instituições financeiras. Em comunicado, a Febraban expressa sua preocupação, afirmando que as reduções no teto de juros foram realizadas de maneira "totalmente arbitrária e artificial" pelo CNPS. A entidade alega que as decisões não levaram em conta a estrutura de custos dos bancos, tanto na captação de funding quanto na concessão de empréstimos a esse grupo específico.

A Febraban aponta que os juros do crédito consignado para aposentados são calculados com base na taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,25% ao ano. A entidade afirma que, com a redução do teto de juros, os bancos estão sendo obrigados a oferecer empréstimos com taxas abaixo do custo, o que gera prejuízos e aumenta o risco de inadimplência.

Além disso, a Febraban argumenta que a redução de juros prejudica os aposentados com mais de 70 anos, que são considerados de maior risco. A entidade afirma que esses consumidores têm menos opções de crédito e, por isso, são mais dependentes do consignado.

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Ministério da Previdência Social: Decisões técnicas

Por outro lado, o Ministério da Previdência Social contesta as declarações da Febraban, argumentando que as decisões são resultado de debates técnicos prévios em grupos de trabalho. A pasta destaca que as medidas são discutidas de maneira abrangente, refutando a ideia de arbitrariedade.

Segundo o Ministério, as decisões são precedidas de debates técnicos em grupos de trabalho, nos quais os representantes das instituições financeiras participam ativamente. A nota do Ministério refuta a acusação de arbitrariedade, classificando-a como leviana.

O Ministério da Previdência Social afirma que as reduções de juros são necessárias para proteger os aposentados de abusos financeiros. A pasta destaca que o crédito consignado é uma modalidade de crédito de fácil acesso, mas que também pode ser um risco para os consumidores, especialmente para aqueles com maior idade.

Possíveis soluções

A disputa entre Febraban e Ministério da Previdência Social ganha contornos mais complexos, com ambas as partes mantendo posições firmes. A Febraban alerta para os impactos negativos nas operações de crédito consignado, especialmente para aposentados com maior risco. A entidade reforça a necessidade de considerar a estrutura de custos dos bancos nas decisões sobre os tetos de juros.

Por outro lado, o Ministério da Previdência Social assegura que responde de maneira reiterada às demandas e argumentos das instituições financeiras. A pasta destaca o caráter técnico das discussões e a participação ativa dos representantes do setor financeiro nos fóruns de debate.

A divergência entre Febraban e Ministério da Previdência Social em relação à redução de juros para aposentados revela um cenário complexo e uma disputa de interesses. Enquanto a Febraban alerta para os impactos negativos e a falta de consideração da estrutura de custos, o Ministério defende a legitimidade e a técnica nas decisões.

Essa controvérsia destaca a importância de um diálogo contínuo entre os setores público e privado para encontrar soluções equilibradas que atendam às necessidades dos aposentados e garantam a saúde financeira das instituições bancárias.

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Algumas possíveis soluções para a disputa incluem:

· A criação de um mecanismo de compensação para os bancos que concedem crédito consignado para aposentados com mais de 70 anos. Essa compensação poderia ser financiada pelo governo federal ou pelos próprios bancos, por meio de um fundo de mutualização.

· A adoção de uma metodologia de cálculo dos juros do crédito consignado que leve em conta a estrutura de custos dos bancos. Essa metodologia poderia ser desenvolvida por um órgão técnico independente, como o Banco Central ou o Conselho Monetário Nacional.

· A criação de uma linha de crédito específica para aposentados com mais de 70 anos, com juros subsidiados pelo governo federal. Essa linha de crédito poderia ser oferecida por instituições financeiras públicas ou privadas.

Qualquer uma dessas soluções exigiria um consenso entre os setores público e privado, o que não é uma tarefa fácil. No entanto, é essencial encontrar uma solução que atenda às necessidades dos aposentados e garanta a sustentabilidade do crédito consignado.

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Autor: Karina Icoma

Publicado para: Pegatroco

Em 15/12/2023

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