Aumento do Salário Mínimo 2024: R$1.461
A comissão conjunta encarregada de avaliar a medida provisória (MP 1172/23) que define o montante do salário mínimo em R$ 1.320, conquistou um avanço significativo ao dar seu aval de maneira unânime, o texto elaborado pelo relator, deputado Merlong Solano (PT-PI). Essa medida vai além da determinação do valor do salário mínimo, pois incorpora uma política permanente de correção do mesmo, além de introduzir alterações na tabela do Imposto de Renda (IR).
A aprovação do texto do relator não apenas solidifica a estrutura do novo salário mínimo, mas também sinaliza mudanças significativas nas políticas fiscais do país. O relator Merlong Solano incorporou à proposta uma inovação relevante: a correção da tabela do Imposto de Renda com base em uma fórmula que leva em consideração o crescimento da economia, ou seja, do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes do reajuste.
De acordo com Solano, a nova dinâmica funcionará da seguinte maneira: além do ajuste pelo índice de inflação do ano anterior, a cada mês de janeiro, o salário mínimo será reajustado também com base no crescimento da economia, o PIB, de dois anos anteriores. Se essa proposta for aprovada pelo Congresso Nacional, isso terá um impacto significativo no valor do salário mínimo nos próximos anos. Para o próximo ano, por exemplo, o valor do salário mínimo se elevará para R$ 1.461.
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No entanto, as mudanças não param por aí. A proposta também prevê um aumento gradual nos anos subsequentes, com estimativas de R$ 1.534 em 2025 e R$ 1.614 em 2026, levando em consideração o crescimento projetado do PIB em 2022, que foi de 2,90%, além das projeções para os anos seguintes.
Uma das áreas de maior interesse nas alterações é a tabela de isenção do Imposto de Renda. O texto aprovado na comissão mista incorporou uma medida provisória que eleva a faixa de isenção do IR para R$ 2.112, ampliando a isenção para um número maior de contribuintes. Essa mudança é significativa, uma vez que, atualmente, apenas quem ganha mais de R$ 1.903,98 paga imposto de renda.
Além disso, a proposta permite que o contribuinte desconte um valor maior, de até R$ 528, sobre o imposto de renda devido, o que pode resultar em uma faixa de isenção no IR de até R$ 2.640, equivalente a dois salários mínimos. É importante observar que o governo espera um impacto negativo nas receitas, estimando uma perda de cerca de R$ 3,2 bilhões em 2023 devido à nova faixa de isenção do IR.
Para equilibrar essas perdas, a proposta também aborda a tributação de rendimentos obtidos no exterior por residentes no Brasil. Isso evidencia a busca por um sistema tributário mais justo e a preocupação em manter as contas públicas em ordem.
A aprovação da MP do salário mínimo e suas implicações refletem um esforço conjunto para trazer mudanças positivas ao cenário tributário e fiscal do Brasil. O governo, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sua equipe econômica, notavelmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm buscado medidas que promovam a sustentabilidade fiscal e o equilíbrio das contas públicas.
O resultado alcançado na comissão mista é um passo significativo, porém, o caminho ainda inclui a análise do plenário da Câmara dos Deputados e, posteriormente, do Senado Federal. Ainda assim, a aprovação unânime na comissão representa uma vitória para o governo e a equipe econômica, demonstrando a viabilidade e a importância das mudanças propostas.
À medida que a proposta avança pelo processo legislativo, é fundamental acompanhar de perto essas mudanças e entender como elas afetarão o cenário econômico e a vida dos cidadãos brasileiros. A busca por um sistema tributário mais justo e eficiente é uma meta compartilhada por muitos, e a aprovação da MP do salário mínimo com as alterações na tabela do IR é um passo nessa direção. Resta aguardar como as discussões e decisões futuras moldarão o cenário fiscal do Brasil e impactarão a vida de milhões de brasileiros.
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Autor: Karina Icoma
Publicado para: Pegatroco
Em 09/08/2023