Alíquotas do Futuro IVA na Reforma Tributária Brasileira

O cenário tributário brasileiro está prestes a sofrer uma mudança significativa, à medida que avançam as discussões sobre a tão aguardada reforma tributária. Uma peça importante desse quebra-cabeça é o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, cujas alíquotas foram recentemente reveladas por meio de um estudo minucioso conduzido pelo Ministério da Fazenda. Essa análise oferece insights valiosos sobre as faixas de alíquotas previstas para o novo sistema, juntamente com os desafios e oportunidades que acompanham essa transformação. 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou pessoalmente o estudo ao senador Eduardo Braga (MDB-AM), que atua como relator da reforma tributária no Senado. O estudo não apenas estima as alíquotas, mas também explora os critérios subjacentes e as considerações fundamentais que moldam a estrutura do IVA dual. 

Segundo o estudo, as alíquotas projetadas para o IVA dual variam entre 25,45% e 27%, com base em cenários específicos. Esses cenários levam em consideração um "hiato de conformidade", que se refere à medida da sonegação, elisão fiscal, inadimplência e judicialização por parte dos contribuintes. No cenário mais otimista, com um hiato de conformidade de 10%, a alíquota projetada é de 25,45%. Já no cenário mais conservador, com um hiato de 15%, a alíquota alcança 27%. Essas projeções levam em consideração a complexidade da realidade fiscal brasileira e destacam a dificuldade de antecipar com precisão o comportamento dos contribuintes.

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 É importante salientar que, embora as alíquotas projetadas possam parecer elevadas em comparação com as médias internacionais, elas refletem a atual realidade tributária do Brasil. A reforma proposta busca manter a carga tributária existente sobre o consumo, mas com maior transparência e menos exceções, em contraste com o sistema tributário atual, que muitas vezes é complexo e opaco. 

Fernando Haddad enfatizou a solidez dos cenários explorados no estudo, destacando a relevância de ajustar algumas das exceções presentes na proposta. Sua abordagem pró-ativa, voltada para aprimorar a legislação, reflete o compromisso do governo em criar um ambiente mais favorável para os negócios e o crescimento econômico sustentável. 

Por sua vez, o senador Eduardo Braga expressou sua satisfação com o estudo, que atendeu a uma demanda dos senadores por uma análise aprofundada das mudanças propostas pela Câmara dos Deputados. Sua intenção de iniciar os trabalhos no Senado, após sua designação como relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), evidencia a importância do estudo no desenvolvimento de uma reforma tributária abrangente e equitativa.

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Uma das implicações mais relevantes do estudo é a comparação das novas alíquotas com a carga tributária atual sobre o consumo. Atualmente, os cidadãos brasileiros enfrentam uma carga tributária de 34,4% sobre o consumo, composta por uma variedade de tributos, como o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Comparativamente, as estimativas do novo IVA dual representam uma redução significativa dessa carga, trazendo potenciais benefícios para a economia e os consumidores. 

No entanto, o estudo vai além das alíquotas e mergulha nas exceções propostas pela Câmara dos Deputados, revelando como essas exceções podem influenciar as alíquotas finais do IVA. Essa dinâmica se dá porque ao oferecer tratamento especial a determinados setores, outros segmentos da economia podem precisar contribuir mais para manter a arrecadação em níveis desejados.  

Ademais, o estudo explora as possíveis implicações das exceções à regra geral. Por exemplo, a redução da alíquota em 50% para a agropecuária e a cesta básica teria o efeito de aumentar a alíquota-padrão em 1,67 a 1,79 ponto percentual. De maneira similar, a alíquota reduzida em 50% para serviços de saúde aumentaria a alíquota padrão de 0,62 a 0,63 ponto percentual. No caso da educação privada, beneficiada com a alíquota reduzida em 50%, o aumento para outros setores corresponderia a 0,32 ponto percentual nos dois cenários. 

O estudo também destaca o papel das exceções de última hora, como os benefícios concedidos a igrejas e clubes de futebol, que podem impactar as alíquotas do IVA em 0,35 a 0,38 ponto percentual sobre os setores sem tratamento favorecido. 

À medida que os debates sobre a reforma tributária prosseguem, é imperativo que o Senado considere cuidadosamente os detalhes e as implicações apresentadas no estudo da Fazenda. As decisões tomadas agora terão um impacto profundo na estrutura tributária do Brasil, influenciando empresas, consumidores e a economia em geral. A busca por um equilíbrio entre uma carga tributária justa e um ambiente de negócios próspero continua a ser um desafio complexo e crucial para o país. Com uma reforma tributária bem delineada, o Brasil pode estar no caminho certo para um sistema tributário mais transparente, eficiente e favorável ao crescimento econômico sustentável.

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Autor: Karina Icoma

Publicado para: Pegatroco

Em 09/08/2023

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