Reforma Tributária: Senado Deve Votar Primeiro Turno

Nesta quarta-feira, 8 de novembro, o plenário do Senado deve votar o primeiro turno da reforma tributária, um marco importante na agenda legislativa do país. Para a proposta ser aprovada, são necessários os votos favoráveis de 49 dos 81 senadores, e o processo ocorrerá em dois turnos de votação. Após essa etapa, o texto será encaminhado de volta à Câmara dos Deputados, onde serão analisadas as alterações propostas pelos senadores.

O relatório da reforma tributária, que será debatido nesta quarta-feira, está na pauta da sessão do Senado, com início previsto para as 14h. Trata-se de uma reforma de grande relevância para o país, e sua aprovação pode ter impactos significativos na economia e no cenário fiscal brasileiro.

Na noite de terça-feira, 7 de novembro, a Casa já havia aprovado a urgência da votação do texto. Essa aprovação dispensou alguns ritos do processo de tramitação da proposta, como o prazo de cinco sessões de discussão em primeiro turno, o intervalo de no mínimo cinco dias úteis após o primeiro turno para a realização do segundo turno de votação, e o intervalo de três sessões deliberativas entre um turno e outro.

Antes da votação em plenário, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o relatório elaborado por Eduardo Braga, senador do MDB-AM, que trata da reforma tributária. Vinte senadores votaram a favor do parecer, enquanto seis foram contra. Além disso, todos os destaques de bancada foram rejeitados.

O relatório apresentado por Eduardo Braga trouxe importantes ajustes à proposta, abordando questões relacionadas ao pagamento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e às regras federativas. Dentre as mudanças, destaca-se a definição de alíquota zero para medicamentos e dispositivos médicos adquiridos pelo governo e por entidades sem fins lucrativos. Além disso, serviços prestados por Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) sem fins lucrativos também foram realocados para evitar a incidência de tributos.

Reforma Tributária no Senado: PEC do IVA Dual em Pauta

No âmbito federativo, o relatório incorporou um mecanismo que recompensa os entes que arrecadam mais, enfatizando que essa elevação na arrecadação não se traduz em um aumento de impostos, mas sim em um combate à elisão fiscal. Para garantir a representatividade do Comitê Gestor, o texto determina que ela será composta por membros das carreiras da administração tributária e das procuradorias de estados e municípios, evitando a criação de novas carreiras e cargos no próprio Comitê.

Uma das alterações importantes previstas no relatório permite que estados cobrem uma contribuição até 2043 para compensar fundos que serão extintos, com a condição de que a alíquota da nova contribuição não exceda o valor da que será substituída e extinta.

Outro ajuste relevante introduz o conceito de cashback para o botijão de gás, semelhante ao que ocorre com a energia elétrica. Isso significa que famílias de baixa renda que pagarem impostos sobre o gás liquefeito de petróleo receberão parte desse valor de volta.

O parecer de Braga representa um avanço considerável na discussão sobre a reforma tributária no Brasil. Em sua essência, a proposta prevê a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com um tributo federal e outro subnacional, que substituirá o PIS/Cofins, ICMS, ISS e IPI. Essa proposta já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados em julho.

O relatório de Braga também detalha o funcionamento da trava à carga tributária, estabelecendo um "Teto de Referência" com base na média da receita no período de 2012 a 2021, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). O texto também define as regras para o desconto de 60% no IVA em determinados casos e prevê a revisão das exceções a cada cinco anos.

Além disso, o parecer estabelece uma alíquota com redução intermediária de 30% para a prestação de serviços de natureza intelectual, científica, literária ou artística, com a regulamentação detalhada a ser estabelecida por meio de Lei Complementar. O relatório também cria regimes específicos para os serviços de saneamento e concessão de rodovias, permitindo a desoneração do IBS e CBS na aquisição de bens de capital, além de alterar as alíquotas e regras de creditamento.

Outra modificação relevante foi o aumento de 0,5 ponto percentual na previsão da alíquota padrão do IVA. O relator também incluiu a possibilidade de o Congresso Nacional convocar o presidente do Comitê Gestor para solicitar informações, seguindo um modelo semelhante ao que já acontece com os ministros de Estado. Ademais, o relatório elevou o valor do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) para R$ 60 bilhões, distribuindo 70% desses recursos com base no Fundo de Participação dos Estados (FPE) e 30% de acordo com a população.

O texto de Braga também introduziu mudanças nas disposições relacionadas à cesta básica, mantendo a isenção de impostos, mas restringindo a lista de itens isentos, que será definida por lei complementar. Além disso, o relatório criou uma "cesta estendida", que proporciona descontos de 60% no IVA e cashback para a população de baixa renda que adquire esses produtos. Itens como hortifrúti, frutas e ovos estão isentos, enquanto produtos de higiene e limpeza têm desconto de 60%. Itens relacionados à saúde menstrual começam com desconto de 60%, podendo se tornar isentos após regulamentação.

Em resumo, a reforma tributária em discussão no Senado é um marco significativo no cenário econômico e fiscal do Brasil. A aprovação dessa reforma pode ter um impacto considerável na simplificação do sistema tributário, na redução da carga de impostos e na melhoria do ambiente de negócios no país. As alterações introduzidas no relatório de Eduardo Braga visam tornar o sistema tributário mais eficiente e equitativo, promovendo o crescimento econômico e o combate à elisão fiscal. A expectativa é que a votação do primeiro turno seja um passo importante em direção à concretização dessa reforma tão aguardada.

Salário Mínimo 2024 Confirmado: Aumento para R$1.421 e seus Benefícios

#IVA #REFORMATRIBUTARIA #SENADO

Autor: Karina Icoma

Publicado para: Pegatroco

Em 08/11/2023

Confira nossas redes sociais


ASSERT TECH SOLUCOES DE INFORMATICA LTDA (“Pegatroco”), correspondente bancário, inscrita sob o CNPJ nº 17.096.642/0001-39, com sede na AV JOSE ESTEVES MANO FILHO, 48 - SALA 2 - JD Paulista, Ourinhos, São Paulo. CONTATO: (11) 9725-5030 A Pegatroco, não é uma instituição financeira e não realiza operações de crédito diretamente. A Pegatroco é uma plataforma digital que atua como correspondente bancário para facilitar o processo de contratação de empréstimos. Como correspondente bancário, seguimos as diretrizes do Banco Central do Brasil, nos termos da Resolução nº. 3.954, de 24 de fevereiro de 2011. Toda avaliação de crédito será realizada conforme a política de crédito da Instituição Financeira parceira. Antes da contratação de qualquer serviço através de nosso parceiro, você receberá todas as condições e informações relativas ao produto a ser contrato, de forma completa e transparente. A Pegatroco é correspondente bancário da seguinte instituição: Facta Financeira S.A (Facta Financeira S.A CNPJ 15.581.638/0001-30) Banco Cetelem S.A (CNPJ nº 00.558.456/0001-71), Banco Olé Consignado S.A. (CNPJ 71.371.686/0001-75), Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (CNPJ 92.702.067/0001-96), Banco Pan S.A (CNPJ nº 59.285.411/0001-13), Banco Itaú Consignado (CNPJ nº 33.885.724/0001-19), Banco BMG (CNPJ nº 61.186.680/0001-74), Bradesco Financiamentos S.A (CNPJ nº 07.207.996/0001-50) e Banco Mercantil do Brasil (CNPJ nº 17.184.037/0001-10).